Número de casos de HIV diminui em Palmeira

21/12/2018

O Dia Mundial de Luta contra a Aids foi celebrado no dia 1º, abrindo o “Dezembro Vermelho”, mês de combate à doença. Conforme Boletim Epidemiológico 2018, divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou uma redução na taxa de detecção e mortalidade nos últimos seis anos. Em 2012, a taxa de detecção era de 21,7 casos para cada 100 mil habitantes e, em 2017, foram 18,3, uma queda de 15,7%. Ainda, segundo o boletim, nos últimos quatro anos também houve queda de 16,5% na taxa de mortalidade pela síndrome passando de 5,7 mortes por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017.

Em Palmeira das Missões o número de casos notificados em 2017 caiu mais de 50% entre 2016 e 2017. Em 2016 foram 12 casos no total, sendo sete masculinos e cinco femininos, e 2017 foram cinco, quatro masculinos e um feminino. Somente em um destes novos casos a pessoa infectada tem de 15 a 24 anos. Queda também no número de gestantes infectadas, de 8 para 7.

“A ampliação do acesso à testagem e a redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento são razões para a queda. O diagnóstico precoce é importante para que a pessoa com o vírus HIV não desenvolva Aids e controle o vírus no organismo com os remédios disponíveis. Atualmente todas as unidades de saúde estão aptas a realizar o teste de HIV, sífilis e hepatites virais, é rápido, sigiloso e gratuito”, informa a enfermeira do CTA – Centro de Testagem e Aconselhamento, Cristiane.

Desde o início do controle, no ano de 1980, no total foram notificados 189 casos de Aids em Palmeira. Atualmente 175 pessoas vivendo com HIV/Aids, residentes em Palmeira das Missões, são acompanhadas pela equipe do CTA. Um público heterogêneo, com pessoas pertencentes a diferentes classes sociais.

Diversas estratégias têm sido adotadas para prevenção da infecção pelo vírus do HIV, sendo este conjunto conceituado como “Prevenção combinada”:

# Uso de preservativo (disponíveis gratuitamente nas unidades de saúde).

# Testagem regular do HIV para diagnosticar precocemente a infecção. Após 30 dias da contaminação, o teste rápido de HIV é Reagente (Positivo) porém dificilmente a pessoa contaminada apresentará sintomas. Mesmo não tendo sintomas, a pessoa transmite o vírus através da relação sexual, do sangue, do leite materno. Se iniciar precocemente o tratamento, o vírus é controlado não evoluindo para o estágio de Aids.

# Identificação e tratamento de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST): outras ISTs facilitam a contaminação pelo vírus de HIV;

#Testagem de HIV no pré-natal para a gestante e as parcerias sexuais, com objetivo de diagnóstico e tratamento precoces, evitando a transmissão para a criança. Sensibilização para o uso do preservativo durante todas as relações sexuais enquanto a mulher estiver amamentando, para evitar a infecção pelo HIV da mãe e transmissão para a criança pelo leite materno.

# Redução de Danos: não compartilhamento de agulhas e seringas

# Tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com HIV/Aids, pois reduzindo a carga viral circulante no portador do vírus, se reduz o risco de transmissão;

# Profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP): uso de medicamento antirretroviral, por 28 dias, para reduzir o risco de infecção em situações de exposição ao vírus. O prazo máximo para uso de medicamento após a exposição de risco é de 72 horas, sendo ideal o início nas primeiras 2 horas. Portanto, toda pessoa que acredita ter sido exposta ao risco de contaminação pelo vírus de HIV (acidente de trabalho, exposição sexual consentida ou abuso sexual), deve procurar atendimento médico nas unidades de saúde ou no serviço de urgência/emergência hospitalar imediatamente.

# Profilaxia pré-exposição ao HIV (Prep): Estratégia implantada no Brasil no final de 2017 e ainda não está disponível em todos os municípios do RS. Trata-se do uso de medicamento antirretroviral contínuo em populações-chave que não são contaminadas pelo vírus do HIV. O público prioritário para PrEP são gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; trabalhadores/as do sexo - e casais sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não). O simples pertencimento a um desses grupos não é suficiente para caracterizar indivíduos com exposição frequente ao HIV. Cada caso será avaliado pela equipe do serviço especializado para iniciar o uso da PrEP e periodicamente se o tratamento for instituído.

TEXTO: CAMILA SCHERER – IMAGEM: DIVULGAÇÃO